Geração é uma definição criada pelo agrupamento da população, tendo como padrão desse agrupamento a idade. Então, entende-se como geração, um grupo de pessoas que nasceram em um determinado ano ou período de tempo. Mas, o que vai pautar nossa conversa hoje é como as gerações definem o comportamento da população, que são marcados sempre pelos acontecimentos envolvendo o grupo que estava em seu ‘auge’ naquele período. Calma, vamos explicar melhor.
Para conceituar um pouco mais, trouxemos a definição do sociólogo polonês Zygmunt Bauman, que foi contra o que se conhecia como geração até o momento, pautada simplesmente pela sucessão de um grupo de pessoas por outro. Bauman acreditava que o conceito era mais amplo que isso e que uma geração não deixava de existir quando outra surgia:
As fronteiras que separam as gerações não são claramente definidas, não podem deixar de ser ambíguas e atravessadas e, definitivamente não podem ser ignoradas”
(Bauman, 2007: 373)
Portanto, vamos entender como as gerações são classificadas e como isso pode contribuir para o seu posicionamento no mercado.
Classificação brasileira de gerações
As gerações ganharam um nome e uma definição de acordo com cada período de tempo, normalmente seguindo a classificação definida de acordo com os comportamentos americanos. Mas, a revista Consumidor Moderno, em parceria com a Research Designed for Strategy (REDS) e o Centro de Inteligência Padrão (CIP), desenvolveu o estudo ‘Comportamento do Consumidor Brasileiro’, que traz hipóteses e dados sobre as gerações no Brasil. Afirmando que não é possível categorizar hábitos de consumo de americanos e brasileiros da mesma forma. O que faz todo sentido, se formos analisar os aspectos sociais, políticos, econômicos, culturais e tecnológicos de cada país.
Com as análises e cruzamentos dos resultados da pesquisa realizada pela REDS e CIP, chegou-se a uma nova classificação de gerações para a população brasileira:
Os Baby Boomers são as pessoas que nasceram de 1945 até 1964. Na sequência vem a geração X, que se caracteriza pelas pessoas que nasceram entre 1965 e 1984. Já a geração Y é formada pelo grupo que nasceu de 1985 até 1999, essa geração também é conhecida como millennials pela proximidade dos anos 2000. Por fim, a geração Z, dos jovens que nasceram dos anos 2000 pra frente.
Ainda há estudos mais recentes que apresentam a geração Alfa, como uma geração posterior a Z. As crianças nascidas a partir de 2010 formam uma nova geração para quem o mundo analógico é um passado distante e a tecnologia é uma extensão de sua forma de conhecer o mundo.
Cada geração possui características que os definem, os jovens de cada época tinham inquietações e buscas que o levaram a romper com a cultura vigente e criar novos comportamentos e formas de pensar.
Outro ponto importante apontado na pesquisa é a transição entre as gerações. O estudo afirma que as pessoas nascidas durante o período de mudança de uma geração para outra, carregam características comportamentais de ambos os períodos, se diferenciando dos comportamentos principais de cada geração.
Pirâmide de influência
A Box 1824 e a YOUPIX conduziram uma pesquisa que deu origem a Pirâmide da Influência:
As pessoas que possuem entre 18 e 24 anos, estão no ‘auge’ porque são o grupo responsável por implementar novos comportamentos e formas de pensar na sociedade em que vivem. Por conta disso, acabam se tornando modelo para os mais novos e inspiração para os mais velhos. Resumindo, as grandes transformações do mundo, começam com os jovens que estão dentro dessa faixa etária.
Vamos pegar de exemplo, os grandes movimentos que aconteceram pelo mundo e mudaram a estrutura da nossa sociedade. Como o ‘Woodstock’, a cultura hippie, o feminismo e o mais atual deles, as redes sociais, foram movimentos moldados pelos jovens. O que explica na prática, que a pirâmide faz muito sentido.
Rotatividade da Pirâmide de Influência
Naturalmente, as pessoas que estão no topo da pirâmide, que possuem entre 18 e 24 anos, vão ficando mais velhas e descendo. Ao mesmo tempo que pessoas que antes eram mais novas, vão subindo a pirâmide.
Essa rotatividade é muito interessante, porque ela mantém o mundo girando com novas ideias. Hoje, quem ocupa o topo da pirâmide é a geração Z. Mas, antes de entendermos o comportamento atual, vamos voltar um pouco no tempo.
A Pirâmide de Influência e as Gerações
Há 70 anos, os Baby Boomers estavam no topo da Pirâmide de Influência, os jovens dessa época viveram em tempos de guerra e opressão, como por exemplo a Guerra Fria nos EUA e a Ditadura Militar no Brasil. Então, para fugir dessa realidade, esses jovens buscaram alternativas na música e no amor, representados pelos movimentos que surgiram na época, a cultura hippie.
O protagonismo dos Baby Boomers durou alguns anos e teve impactos positivos na cultura bélica que estava em evidência na época, mas aos poucos o estilo de vida hippie começou a se desconectar demais do mundo e deixou de ser atrativo para os mais jovens. Nesse momento, a próxima geração estava chegando no seu ‘auge’.
Os jovens da geração X, que vieram na sequência dos Baby Boomers, construíram um conjunto de pensamentos completamente diferentes da geração anterior.
As guerras chegaram ao fim e a economia estava crescendo exponencialmente, o que deixou a publicidade em alta, as grandes corporações em ascensão e todos buscando o sucesso financeiro.
Os jovens da geração X não se preocupavam em derrubar o sistema, apenas queriam ter um bom emprego e a oportunidade de consumir os itens de sucesso da época. Mas, essa geração também chegou no seu estado inerte, principalmente quando essa busca por sucesso profissional perdeu o sentido e as pessoas começaram a aceitar empregos que elas não gostavam, apenas para comprar coisas que elas não precisavam. Foi quando a geração X deu lugar para a próxima chegar ao topo da pirâmide.
A geração Y chegou fazendo exatamente o oposto do que os jovens da geração anterior tinham feito. Primeiro entenderam que o consumismo vazio não tinha sentido, por isso a publicidade não tinha tanto efeito e os empregos precisavam preencher mais do que simplesmente a lacuna financeira, tinham que ser o motivo da realização profissional e pessoal, ao mesmo tempo.
Os jovens da geração Y provavelmente não buscam estabilidade profissional ou uma carreira em empresas tradicionais. Mas, podem considerar a possibilidade de ser Youtubers ou Influencers Digitais.
A ideia de se divertir e ganhar dinheiro atrai um millennial como poucas coisas conseguem e felicidade é palavra de ordem para essa geração. Mas, essa busca por felicidade a qualquer custo, não iria muito longe, não é mesmo? Isso acabou causando muitos dos problemas que a geração enfrenta, como a ansiedade por exemplo. E esse declínio não poderia representar outra coisa que não fosse a ascensão da próxima geração.
A nova geração tem um comportamento completamente diferente da geração Y, são mais focados na realidade e no que é palpável, não compram a felicidade a qualquer custo e pregam a humanização. Além do que, a geração Z entende que a mobilização da juventude na internet é tão poderosa que pode realizar tudo o que quiser. Somado a isso, encaram o meio digital como um espaço social como qualquer outro, vendo o seu imenso potencial para reunir diferentes vozes.
Outro aspecto importante é que a geração Z é mais consciente e se preocupa em promover espaços de compartilhamento digitais seguros, formados por vozes cada vez mais diversas. E questiona se os influenciadores que estão sob os holofotes no Brasil se comunicam com grande parte da população que, muitas vezes, não se vê representada. Entenda mais sobre como conversar com o público que tem transformado a cultura na internet.
Agora que você entendeu as características de cada geração, como elas se comportam e o poder dos jovens de mudar toda uma sociedade, que tal reavaliar a forma como tem comunicado seu produto ou serviço?
Se precisar de ajuda, é só entrar em contato com a gente 😉